Arte afro mineira

13/06/2011 16:50

 Mikaela Salachenski de Sá

O acesso a cultura nunca foi fácil, desde os séculos passados apenas a alta sociedade tinha condição de participar de eventos que promoviam o acesso a arte. Nos dias de hoje a situação não é diferente, a cultura não chega a todos de forma homogênea. Em uma tentativa de aproximar as pessoas que estão à margem da sociedade à cultura, Maurício Tizumba realiza diversos projetos sociais. Grupos como a “Cia Burlantins” e o ” Festejo Tambor Mineiro” são projetos idealizados pelo artista com auxílio de alguns profissionais, que levam acesso ao público, do que sempre foi exclusivo.

Artista polivalente, Maurício Tizumba, é músico, cantor, ator e compositor e vem levando ao longo dos seus 33 anos de carreira cultura aos inacessíveis. “A arte de certa forma sempre foi uma coisa da elite”, afirma o artista. Seus projetos estão muito voltados para cultura afro, e quando indagado sobre o por que desse direcionamento o cantor afirma que, não adianta falar que brancos e negros são iguais. “Negros estão, sim, à margem da sociedade”, critica. O artista ainda diz que, os trabalhos estão sempre voltados para a sociedade burguesa.

A Cia Burlantis nasce desse desejo de se levar as ruas a arte popular. E surge por meio de três profissionais mineiros do ramo da música, além de Tizumba, Marina Machado e Regina Souza estão também à frente do grupo. De acordo com Maurício, a arte levada a essas pessoas na rua é sempre popular, afinal diz ele, “a cultura popular nasce do povo”. Mas, ele também reitera as críticas com relação ao acesso, segundo ele, à medida que a cultura popular toma grandeza, o povo acaba perdendo o acesso a ela. E a elite acaba tomando-a para si.

Como cantor, Tizumba, fala também da desenvoltura da música no cenário mineiro. Segundo ele, o Clube da Esquina foi um marco para Minas,e a partir dele o Estado tomou uma grande desenvoltura no setor. “Minas Gerais está à frente no cenário de música”, elogia. Ele afirma que, hoje Minas tem muitos artistas jovens com qualidade, mas não têm foco regional, e sim universal.

 As primeiras apresentações do artista foram feitas por meio da Lei de Incentivo a Cultura. E é por meio dela é que muitos outros artistas vem surgindo no meio cultural, e também trazendo uma nova possibilidade de acesso neste campo que tem tão pouco acesso.